6 de julho de 2020, em Livros
A segunda parte de O Mundo da Masmorra leva o título “Catedral”, e estará disponível em breve.
Confira o primeiro capítulo abaixo.
Um gesto de suicídio acontece no silencio do coração.
(Albert Camus)
UM MESSIAS INDECISO
Certa vez houve um homem
Comum, como um homem qualquer
Jogou pelada descalço
Cresceu e formou-se em ter fé
Mas nele havia algo estranho
Lembrava ter vivido outra vez
Em outros mundos distantes e assim acreditando se fez
E acreditando em si mesmo
Tornou-se o mais sábio entre os seus
E o povo pedindo milagres
Chamava esse homem de Deus
Há quantas ilusões
Nas luzes do arrebol
Quantos segredos terá
E enquanto ele trabalhava
Na sua tarefa escolhida
A multidão se aglomerava
Perguntando o segredo da vida
E ele falou simplesmente
Destino é a gente que faz
Quem faz o destino é a gente
Na mente de quem for capaz
E vendo o povo confuso
Que terrível, cada vez mais lhe seguia
Fugiu pra floresta sozinho
Pra Deus perguntar pra onde ia
Há quantas ilusões
Nas luzes do arrebol
Quantos segredos terá
Mas foi sua própria voz que falou
Seja feita a sua vontade
Siga o seu próprio caminho
Pra ser feliz de verdade
E aquela voz foi ouvida
Por sobre morros e vales
Ante ao messias de fato
Que jamais quis ser adorado
Há quantas ilusões
Nas luzes do arrebol
Quantos segredos terá
Manuscritos sobre a liberdade e a masmorra
Era uma vez um lunático e um profeta esquizofrênico que tinha fundado uma comunidade alternativa – um tipo de seita. Pedro era o nome do corpo que o espirito usava – Me chamem de Delfos. Mas Delfos era a parte doente e não um espirito de luz. Foram dez anos de lá pra cá. Eu Fabiano Bartolomeu tenho uma amante doente lutando entre a vida e a morte. Sou escritor, sou solitário, dentro de mim reprimo um lobo que quer sair de mim e morder ou assassinar tudo que vê pela frente. Esta história? Conheci Pedro na faculdade, confesso que estou confuso ao me deitar sobre este livro e escreve-lo. Fui morar num farol e se tiver um fim trágico isso tudo peço perdão. Sou humano, sou louco e viciado. Mas tenho fé em mim e no destino que aceitei – não posso mudar! E minha mulher morreu!
Sibila foi minha segunda namorada, e Diana o rabo sorrateiro, uma devassa jiboia do amor. Não sei por que me antecipo na história, mas Amanda minha irmã me acha genial e ai fico besta e com a auto estima lá em cima. Mas ok! Tenho vida dentro de mim e se eu me matar vai ser por que tenho fé em Deus e deixa que eu vá pro mesmo lugar que minha eterna garota.
Abril 2015
Eu estava aqui
No começo,
E aqui estou ainda.
E ficarei aqui
Até o fim do mundo,
Pois não há fim
Para meu ser
Aflito.
Eu vaguei pelo campo a infinito
E me elevei ao mundo ideal,
E flutuei pelo firmamento.
Mas aqui estou,
Prisioneiro da medição
Eu ouvi os ensinamento de Confúcio.
Eu escutei a sabedoria de Brahma.
Sentei-me ao lado de buda sobre a arvore do conhecimento.
MAS AQUI ESTOU,
Existindo com ignorância e heresia.
Eu estive no Sinai com jeová se aproximou de Móises.
Eu vi os milagres do Nazareno no Jordão
Eu estive em Medina quando Maomé a visitou.
Mas aqui estou,
Prisioneiro da perplexidade
E eu testemunhei o poder da Babilônia.
Eu sou da glória do Egito.
EU VI A BELIGERANTE RIQUEZA DE ROMA
No entanto, meus ensinamentos anteriores
Mostraram a fraqueza e a tristeza
Destas conquistas.
Eu conversei com os magos de Ain Deour.
Eu debati com os sacerdotes da Assíria.
EU COLHI PROFUNDIDADE DOS PROFETAS DA PALESTINA.
No entanto,
Ainda estou buscando a verdade.
EU REUNI SABEDORIA NA TRANQUILA INDIA
Eu explorei a antiguidade da arábia.
Eu ouvi tudo que pode ser ouvido.
No entanto, meu coração é surdo e cego
Eu sofri na mãos de governantes despóticos
Eu sofri a escravidão sobre invasores insanos.
Eu sofri a fome imposta pela tirania.
No entanto, a ainda possuo poder interior,
Com o qual me esforço
Para receber cada dia.